Quando eu era a mais bonita

7

7/10

Segundo o famoso e querido dicionário, melodrama é drama popular, por vezes com acompanhamento musical, que se caracteriza por enredo complicado e pelo exagero de situações violentas e patéticas.

Bem, patético eu não diria, – aí seria demais, – mas enredo complicado e exagerado com certeza seria um bom resumo para o When I Was The Most Beautiful.

Esse k-drama dramático (finalmente consegui chegar em um dramático com D maiúsculo), tentou criar um triângulo amoroso entre dois irmãos com um passado sombrio de família (apesar da atual aparência de tranquilidade) e uma professorinha do ensino médio (*) com mais problemas.

(*) Inclusive (depois de uma pesquisa básica no google) descobri que a idade dos alunos no ensino médio é bem parecida com a nossa aqui no Brasil. Seguimos.

Sabe aquele boa história que fica diluída no meio de uma narrativa sem muito sentido? Será que ninguém antes de dar o sinal de gravando teve a brilhante oportunidade de questionar o motivo de todas aquelas reviravoltas estarem acontecendo?

Vamos começar pela escolha do elenco. Coitado do Ji Soo, de novo na friendzone. O que pegou pesado encaixá-lo em um papel de um adolescente. Ele é alto demais e por mais que forcem a barra não dava para engolir, nem com muita imaginação, que aos 27 anos (na época), ele seria um adolescente de talvez uns 16 anos, por mais que me esforce para acreditar nisso.

Por outro lado, Im Soo-Hyang bem que tentou, mas foram poucos os momentos em que ela mereceu o meu aplauso. (Deixo esse comentário para o final). Me incomodou a sua constante expressão de “desesperança” e a aparente falta de ar. Faltou alguma coisa ali. – Não vi outros trabalhos com ela, então jogo a culpa no diretor, que teve a chance de mandar refazer.

Por outro lado temos o excelente Ha Seok-Jin que me surpreendeu em várias cenas para lá de dramáticas e vou seguir esse coelho em outros trabalhos, certamente.

O resto do elenco não decepcionou e de novo a participação, graças, da maravilhosa Kim Mi-Kyeong como a mãe de Oh Ye-Jin (Im Soo-Hyang) salvou o dia.

Até mesmo a patética Oh Ji-Young (Shin Yi) se saiu bem na fita, principalmente nas cenas em que ela era falsa sendo falsa.

Da parte técnica gostei bastante do resultado da escolha das locações. Sem muitos malabarismos e variações, aproveitando mais cenas em estúdio. Muito bom.

Vamos a história, segura os spoilers.

Primeiro as coisas boas. A ideia de dramalhão dramático no último grau, agradará as pessoas que não ligam muito para detalhes e furos básicos do roteiro. Será impossível não se emocionar quando Seo Jin mostra-se na cadeira de rodas ou quando ele rasteja até o andar superior da casa na “força do ódio”. Várias cenas de partir o coração e que exigiram muito dos atores. Por isso é recomendado para quem se emociona com esses clichês tocantes e comoventes.

Agora vamos ao que é dispensável ou saiu meio fora do contexto.

O que afinal essa sem graça da Oh Ye-Jin tinha de tão impressionante para ser disputada pelos irmãos Seo Jin e Seo Hwan? Alguém me explica? Não me refiro a beleza. De longe acho isso importante. É sem graça, sem graça mesmo. Tipo água de salsicha sabe! Pronto falei.

Qual é o intervalo de nascimento entre os irmãos? Vamos aos cálculos. No início da série, Seo Hwan estava no ensino médio (talvez com 16 anos), Seo Jin saiu do exército naquele ano, então talvez estivesse com uns 30 anos. Na sequência do acidente na montanha a diferença de idade entre eles não era tanta assim, talvez uns 4, máximo 5 anos. Então, oh produção, façam as contas aí.

Outra coisa. Não existe perícia técnica (para o caso da arma que Oh Ye-Jin segurava) ou uma busca quando Seo Jin caiu do penhasco com o carro? Ou foi alguma cena que eu perdi no meio do caminho. Alguém explica.

Sobre o acidente: Seo Jin mudou de identidade, mas ele era conhecido. Foi atendido por quem? Em qual hospital? Essas coisas! E o motivo dele ficar 7 f%&¨$#@ anos sem falar com a família? Poderia ser mais bem explorado. Como a própria fala Oh Ye-Jin, amnésia, sequestro, qualquer coisa. Mas enfim. Essas coisinhas jogaram a nota para baixo, além daquele final totalmente inconclusivo.

Resumo da ópera: Se você custe um triângulo amoroso, que mais parece um escaleno, e ama ver sequências cheias de reviravoltas, e não liga para a “lógica” atrás disso tudo, de certo esse k-drama é para você. Um Xororó daqueles.

Bem, é bem por aí o resumão desse k-drama de 2020 que foi filmado bem no meio do turbilhão de pandemia. Nem sei como conseguiram, segundo a wikipedia a primeira leitura do roteiro foi em Abril de 2020. Minha nossa!

 

 

 

Roteiro: 7

Direção: 8

Elenco: 9

Fotografia/arte: 9

Potencial de replay: ♥♥

Troféu: Tem que ter…

 

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Sinopse

Oh Ye Ji é uma estudante de arte que sonha em se tornar uma artista de cerâmica. Ela vai para a escola em Yangpyeong como aluna e professora, onde conhece os irmãos Seo Hwan e Seo Jin. Hwan, que é aluno de Ye Ji, se apaixona por ela e a leva até a oficina de seu pai para se declarar. No entanto, na oficina, Ye Ji conhece Jin. Embora Jin esteja ciente dos sentimentos de Hwan por Ye Ji, ele não hesita em conquistar o coração de Ye Ji e, eventualmente, acaba noivo dela. Da noite para o dia, aqueles que deveriam ser os maiores apoiadores um do outro, acabam se tornando piores inimigos, graças a uma virada do destino. Lidando com o desejo e o amor, os três lutam para descobrir o que é certo durante o momento mais bonito de suas vidas. (Viki)

Elenco: Im Soo-Hyang (Oh Ye-Jin)
Ji Soo (Seo Hwan)
Ha Seok-Jin (Seo Jin)
Hwang Seung-Eon (Carry Jung)
Park Ji-Young (Kim Yeon-Ja)
Kim Mi-Kyeong (Kim Go-Woon)

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