Fazer uma análise fílmica (ou de uma série), é uma tarefa bastante complexa para dizer o mínimo.

Vez ou outra, a nossa emoção ultrapassa bastante a fronteira de uma análise mais técnica sobre o que estou assistindo, principalmente quando não temos muito a explorar, – além da história. Tarefa muito mais fácil de se cumprir quando analisamos outros gêneros como fantasia, ficção e aventura em geral.

E “Derretendo” não dá muito espaço para falar sobre direção, fotografia, figurino, trilha sonora e até mesmo o elenco. Tudo é muito linear e até simplista. E ser “simples” não é desculpa para ter um roteiro ruim onde várias ideias legais foram jogadas na frente do espectador de maneira desordenada, não dando uma noção de continuidade.

Ma Dong-Chan (Ji Chang-Wook) é o empresário bem-sucedido. Apaixonado e está noivo da linda Na Ha-Yeong (Chae Seo-Jin), uma repórter também famosa. Do outro lado dessa história, ou melhor experimento do congelamento está Go Mi-Ran (Won Jin-A), uma estudante universitária que ainda está tentando ganhar a vida e vive fazendo bicos para conseguir uns trocos, com o único mérito de ser uma boa pessoa, apesar de extremamente (ponha extremamente), explosiva.

Imagine você, um dia está em 1999 e no outro 2020. Tudo está diferente, todos que você conhece estão mais velhos ou morreram.

Quando li a sinopse e vi esse plot, achei incrível, – seria mais um papel com Ji Chang-Wook, o sorriso mais fofo da dramaland – curiosidade a mil para assistir um outro trabalho dele além do The K2 e Parceira Suspeita, que adorei. – Decidi mergulhar nessa ideia de uma narrativa onde os personagens teriam que ficar congelados e depois de despertos manter o corpo mais frio que as outras pessoas. Parecia o sonho da ficção, vários questionamentos a serem levantados e apresentados, enfim, mas como dizem #SQN.

O maior problema é que o texto não se assume como comédia, nem ficção, nem drama e muito menos no romance. São tiros para todos os lados, e eu juro, se “Derretendo” fosse o primeiro trabalho que eu acompanhasse de Ji Chang-Wook, certamente não conseguiria seguir até o final, não pelo seu trabalho como ator, que acreditem está muito bom, mas sim pelo seu personagem que em cenas bastante pontuais age quase como um “canalha”. Não culpo o ator, mas o personagem. Fazer o que, é o tipo de coisa que acontece.

Lá vêm spoiler: Os dois Ma Dong-Chan e Na Há-Yeong são dois estranhos até o congelamento. Depois que despertam em meio a uma sequência sem muito sentido, de um dia para a noite quase que literalmente, “do nada” se apaixonam. A pobre da ex-noiva é jogada para escanteio. O cientista fica em coma e nada é dito sobre isso ou a consequência disso. Enfim, a intensão talvez fosse somente mostrar um antes e depois dos protagonistas com um monte de pequenas histórias sem muita relevância no meio.

Falei um pouco sobre isso no podcast dos vistos de setembro (aproximadamente 15 minutos). Mas deixo bem claro que a única coisa que vale mesmo, é a tal cena do chuveiro. Que diga-se de passagem é o único momento que eles têm realmente uma cena romântica. Ah, e pasmem, essa é a segunda vez que eu torço para que uma outra personagem que não é a protagonista fique com o Ji Chang-Wook. Estou desconfiando que ele escolhe ficar com as mulheres erradas. Mas pelos menos de Parceira Suspeita o romance deu certo.

Vocês entenderam o meme? Vou explicar.

De uma jovem rejeitada no começo, ou mais ou menos isso, subitamente três homens ficam perdidamente apaixonados por Go Mi-Ran.

Vamos a fila: primeiro o colega de faculdade Donghyuk Hwang que mais tarde tornou-se professor do curso de psicologia que abandona a esposa depois de 20 anos, – depois o próprio Ma Dong-Chan que largou a noiva logo depois que acorda do congelamento, e por tabela o filho do professor, o lindinho Hwang Ji-Hoon. Ficou chato produção. Muito chato.

Roteiro: 4

Direção: 7

Elenco: 8

Fotografia/arte: 8

Potencial de replay: (desisto)

Troféu: Ah a cena do Chuveiro