Aaaaaai, que preguiça desse mote “gente feia não merece respeito”! Pronto. Eu precisava tirar isso de dentro de mim. Só Park Seo-Joon pra me fazer insistir nesse drama. Admito sem problemas que, se não fosse porque eu gosto demais dele, talvez tivesse largado “Ela era linda” no primeiro episódio. Além disso, parece que todo o usual exagero cênico da Hwang Jung-Eum foi não só estimulado como convidado a atingir níveis estratosféricos. A parte boa é que aqui pelo menos o espalhafato combina com a personagem. Eu gosto de comédia física e não tenho medinho de ser ridícula, mas pra mim ela passa bastante do limite, especialmente em se tratando de uma história baseada em fatos reais, cheia de significado e lições. Tem hora que é preciso ser sério ou o público não acredita no que o ator está dizendo. Só vai lembrar do que é engraçado. O único dos quatro principais que tinha essa liberdade no papel era o “repórter Kim” Shin-Hyuk.
Mas olha…
Espero que isso não desabone “Ela era linda” aos olhos de ninguém. São fatores que me incomodaram um pouco, mas que não anulam a mensagem da trama: amor próprio. Ali pelo episódio 6 ou 7 a trama esquenta para mais do que só o patinho feio buscando seu lugar ao Sol. Além disso, quando o editor-adjunto cria juízo, o personagem ganha muito e a gente volta a ver o velho e bom Park Seo-Joon, fofo como sempre.
Destaque para a simbologia do quadro de Renoir. Linda, linda!
Curiosidades: O dia internacional dos canhotos existe mesmo e é em 13 de agosto. Eu estava vendo a série quando esse dado apareceu!
Por que sim: a química entre todos os personagens passa do teto! Todas as relações ali parecem de amigos de longa data. As “esposas” se adoram de verdade, os colegas de redação da revista The Most são bem entrosados, a família da Hye-Jin é muito feliz. Talvez por isso a arrogância e a rispidez do personagem do Park Seo-Joon (justo ele!?) no início fiquem tão evidentes, ainda mais com relação a Hye-Jin [essa parte não é um ponto positivo]. Agora me fala se é possível sair desse drama com outra lembrança que não seja o fenomenal trabalho do Siwon? Pensa em um ator que não desperdiça uma fala, um segundo na tela. O repórter Kim é a epítome da SLS (second lead syndrome – síndrome do segundo galã, vai… Quando o coadjuvante rouba a cena) e isso é um baita elogio quando o primeiro galã aqui é o Park Seo-Joon, que eu chamo carinhosamente de “o cara mais gente boa da Coreia”. Acho que encontrei mais um personagem crush…
Por que não: o jeito exagerado da Hwang Jun-Eum (pelo menos em tudo o que eu vi dela até agora) é meio ame ou odeie. E quem deu ao Sung-Joon o direito de ser tão estúpido? Cara, que raiva dele no começo! Indelicado, grosso! Não há pressão ou frustração que justifiquem o tratamento que ele dispensa à Hye-Jin antes de saber quem ela é. E de novo: alerta para mais uma (já cansou faz tempo) situação em que personagens não são bem-sucedidos com base única e exclusivamente na relativa beleza física. Gente “””””feia”””””” é abertamente mal tratada, preterida, prejudicada. Hora de evoluir, Coreia!
Roteiro: 8
Direção: 9
Elenco: 9
Fotografia/arte: 8
Potencial de replay: ♥♥♥ (a partir de certo ponto, digo)
Troféu: Troféu Shippei errado (e seguirei assim, porque o repórter Kim é muito mais interessante que o editor-adjunto), Troféu “deus é justo, mas essa sua calça…” praqueles jeans do mesmo repórter Kim (assiste lá, tô te falando)
Ship: Já falei que shippei errado com gosto, né? Depois da grosseria e do julgamento, o casal principal fica fofo e o clima fica gostoso, mas ai se aquele repórter me dá bola, eu jogo rabanete em conserva na boca dele para todo o sempre! Hye-Jin, que dilema!
Hye-Jin tem problemas de autoestima na idade adulta – mesmo tendo sido considerada a rainha da escola quando criança – e cria uma comédia de erros por medo de reencontrar Sung-Joon, amigo daquela época que, por sua vez, passava pelas mesmas dificuldades para se aceitar quando mais novo. Hoje Sung-Joon é considerado bonito e bem-sucedido; assim que o vê, Hye-Jin decide mandar sua melhor amiga em seu lugar – fingindo ser ela própria – para não ter que encarar, agora adulto, o garoto que nunca conseguiu esquecer. Conhecido também pelo título em inglês “She Was Pretty”.
Elenco: Hwang Jung-Eum (Kim Hye-Jin), Park Seo-Joon (Ji Sung-Joon), Go Joon-Hee (Min Ha-Ri), Choi Siwon (Kim Shin-Hyuk).
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