Geralmente começo assistir uma história sem saber muito a respeito. No máximo uma sinopse ou um trailer. Com esse cdrama de fantasia, – a escolha foi somente pela foto do poster com o dragão que é um dos meus favoritos. Sim, sou dessas.
Ignorei totalmente a legenda da música de abertura (mais um dos meus erros). Quando lembro dessa bobeira, dou uma pancadela na minha testa pelo menos umas 3 vezes. Não façam isso, estraga totalmente a experiência.
Miss the Dragon tem a lenda da Deusa Nuwa como base para o roteiro, inclusive eles distribuem dicas (ou contam a lenda), em vários momentos e isso é de grande importância, pois praticamente tudo que envolve os personagens, como objetos mágicos e até mesmo as atitudes dependem desse entendimento. Dito isso, vamos a história.
Até o episódio seis eu acreditava que era um romance de época com fantasia (baseado naquele erro primordial que expliquei acima), por isso algumas atitudes e comportamentos dos personagens me pareceram “bobos e infantis” (calma que eu explico quais momentos mais para a frente com spoilers).
Depois entendi que trata-se de um conto ou quase isso. Se for para comparar, seria como o clássico O Labirinto com David Bowie, ou como os famosos contos de Grimm. Aí sim, a história tomou outras proporções para melhor e achei incrível e bela.
É importante esclarecer, pois aposto que muitas pessoas podem largar (flopar), esse cdrama por essas ou razões parecidas e isso não é justo, já que trata-se de um erro de quem não conhece as lendas ou começa “assistindo errado” como eu. E o julgamento da nota não deve ser pesado em cima disso. Agora vamos a parte com spoilers.
A primeira encarnação, Liu Ying, foi a mais complicada de assistir, comparável as da Branca de Neve e a Cinderela da Disney. As ações, reações e conflitos acontecem “porque sim” e pronto. Ela era excessivamente fofa e meiga o tempo todo e suas atitudes eram meio “irreais”, inclusive fazendo uma pesquisa, esse foi um dos motivos que muitas pessoas (eu estou incluída) “largaram” ou quase a história. Mas como sou teimosa, segui até o fim, ainda bem.
Vou dar alguns exemplos. Liu Ying pediu ajuda de Yuchi Longyan para salvar a amiga/patroa que perdeu a alma, e com isso ele teve que abdicar do amor por ela, ela aceita facilmente e tudo bem. Isso vale para seu casamento com um desconhecido, acreditando que era Yuchi Longyan o tempo todo e tudo bem de novo. Entenderam?!
Sequer mostram a barriga dela estando grávida e muito menos o parto. Não sei se é por conta de alguma restrição ou por tratava-se de um conto infantil.
Outro momento que ficou muito subentendido foi a morte de Liu Ying. De repente ela estava no reino dos deuses, conversando com Yuchi Longyan sobre esquecimento do passado e coisas do tipo. Demorou um tempo para eu entender que estavam falando sobre reencarnação. Aí sim, tudo ficou mais claro. E a encarnação seguinte (Yuan A’yu ) ficou muito mais interessante de acompanhar e apreciar.
Desse ponto em diante a história fluiu de maneira bastante interessante e intensa e acho que a terceira encarnação, Feng Chenyue, foi a melhor, não somente pela atuação e versatilidade de Bambi Zhu por interpretar uma personagem tão diferente das outras, mas também pelo desenrolar da história, interação dos personagens e finalização. Pareceu que essa fase foi escrita por outro roteirista.
Falando em atuação, estranhei o jeito travado e literalmente gélido em algumas cenas de Dylan Wang, então acredito que pode ser alguma falha de direção, pois acompanhei uma montanha russa de interpretações, alternando cenas ótimas e outras nem tanto.
A dupla que roubou o cdrama foi a passarinha azul divertidíssima Qing Qing (Pan Mei Ye) e seu amor Tian Gu Xing / Xue Qian Xun (Deng Wei), que protagonizou dois dos momentos mais divertidos, quando ela flagra Tian Gu Xing e Yuchi Longyan em dois momentos de briga quando ela imagina tratar-se de boylove. Morri de rir.
No geral, Miss the Dragon é um cdrama de fantasia incrível, não somente pelo figurino, fotografia (apesar que os efeitos dos bichos não serem grande coisa), e conceito, mas principalmente por colocar em pauta um assunto muito delicado para algumas pessoas como a reencarnação e morte.
Por se tratar de um conto “infantil” não devemos pesar muito na crítica em certos pontos. E voltando a falar de Labirinto de 1986, esse é um dos clássicos que guardo com muito carinho, mas ao revê-lo hoje não achei tão interessante como na época. Naturalmente com a idade perdemos um pouco do fantasia que existe dentro de nós. E falando em dragão e fantasia. Um filme que não perdeu o encanto e eu vejo e revejo a exaustão, é História sem Fim, que tem um dragão e passa em um reino fantástico, e como diz Gmork nesse livro. Onde não existe mais fantasia, cresce a tristeza e a desesperança, e é isso que perdemos um pouco quando envelhecemos. Então vale a pena voltar a ser criança e acreditar.
Direção: 8
Roteiro: 6
Fotografia: 10
Figurino: 10 (apesar que eles não trocam de roupas sempre, mas são lindas)
Potencial de replay: ♥♥
Ship: Até que os últimos capítulos me surpreendi.
O dragão Yuchi Longyan tem que sobreviver a três catástrofes celestiais para conseguir a imortalidade no mundo dos deuses. Porém, em uma dessas tentativas, ele acaba ferido e cai na Terra. Assumindo a forma de uma cobra branca ele é resgatado e cuidado pela doce Liu Ying (Bambi Zhu), uma amante da natureza e dos animais. Com o passar do tempo Yuchi se apaixona pela jovem, mas o destino faz com que se separem e por isso Yuchi Longyan tem que tomar uma decisão que mudará o futuro dos dois durante o passar dos anos.
Elenco: Dylan Wang, Zhu Xudan, Deng Wei, Pan Meiye e Zhu Zanjin
Título em chinês: 遇龙, título em pinyin: Yù lóng, baseado no jogo com o mesmo nome da Cheng Guang Games
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