Quando resenho dramas, no real sentido da palavra, a medida do possível, tento isolar o roteiro aos comparativos pessoais, afinal gêneros como ficção, fantasia e terror são muito mais fáceis de se especular, pois existe um certo distanciamento com a realidade. Porém, o jogo muda quando a história tem um plot real, que poderá ser o passado e a vida de qualquer pessoa.

E foi aí que Fireworks me pegou de jeito. De uma maneira inteligente o Transtorno da Personalidade Evitativa e de Boderline foram o plano de fundo desse cdrama, com uma mistura de momentos heroicos e fatalidade, pois é a rotina de uma médica e um bombeiro.

Dessa vez o mérito deixo para a atriz Wang Churan (Xu Qin / Meng Qin) que agarrou forte a persona de QinQin e conseguiu passar de maneira brilhante todos os transtornos da sua personagem e a sequelas de seu sofrimento, com um roteiro inteligente, cheio de detalhes que foram plantados de maneira impecável por quem pesquisou sobre o comportamento de quem vive, tem e convive com um indivíduo com personalidade evitativa. Ao esfregar as mãos até machucar, morder os lábios com força e até na postura dos ombros quando se sente acuada diante de sua mãe tirana e seu meio irmão possessivo, que por muitas vezes foi confundida por infantilidade, mas ao desenrolar das evidências de seu passado desolador e triste, culmina em uma história de superação e esperança.

Por outro lado, Yang Yang como Song Yan, em seus diálogos pontuais e fortes como um líder dos bombeiros é de arrancar aplausos. E nos mostra o quando a profissão por vezes ignoradas em várias séries de TV é importante e camuflada em meio aos CEOs famosos da dramaturgia.

Não posso deixar de lado momentos importantes envolvendo o irmão postiço de QinQin, Meng Yanchen (Wei Daxun), que apesar do ator ter uma interpretação média, conseguiu passar bem o recado.

Falando em interpretação, eis que esse drama, personagens não foram utilizados como bibelôs para serem utilizados como alguém para o protagonista interagir. Todos tiveram o seu brilho e um momento realmente importante na teia de intrigas e momentos excessivamente heroicos, até mesmo a chatinha da prima adolescente Zhai Miao (Yang Chaoyue) que surpresa, a atriz é um ano mais velha que Wang Churan. Enfim.

A matriarca Fu Wenying foi lindamente interpretada pela atriz Chen Jin,  e vale também o mérito do desenrolar do enredo, sendo altamente dominadora usando de maneira ácida e precisa as palavras para conseguir o que quer. Anulando não somente os filhos, mas até o marido.

Sem mais, a grande mensagem de Fireworks é … A vida bate com força, muita força. E cada um consegue segurar a onda do seu jeito. Basta ter empatia e entender a mensagem de socorro do próximo, basta prestar um pouco de atenção e ter muita paciência e amor.

Além disso é um gênero que amo demais, como é bom ver nossos protagonistas trabalhando juntos e prol do bem da humanidade, sendo heróis no dia a dia.

Falei um pouco sobre Transtorno da Personalidade Evitativa e Transtorno da Personalidade Borderline nas minhas primeiras impressões clicando aqui.

Roteiro: 9 (A única “falha”, for não ter deixado claro no início da série os transtornos de QinQin, com isso, muitas pessoas abandonaram a história por achá-la mimada e chata).

Direção: 10 (Eles arriscaram muito nas cenas de resgate e com os bombeiros)

Elenco: 10

Fotografia/arte: 10

Potencial de replay: ♥♥♥♥♥ (O jeitão de marra do YangYang foi impagável)

Sentirei saudade dessa turminha

Em tempo: Ainda bem que não envolveram a cadelinha em um momento triste, para variar.