Certamente vocês já ouviram falar do nosso querido Clark Kent dos anos de 1938, Peter Park como o queridíssimo “omiranha” e tantos outros repórteres, ou até mesmo o sombrio Bruce Wayne, que não era jornalista, mas amava um telhado. Essa é a receitinha de sucesso que nunca erra ao tirar do forno, a do vigilante noturno.

Não me canso de assistir histórias com esses heróis que são uns fofos atrapalhados durante o dia e a noite são os destemidos super-heróis que tem mais azar da maldição do pé de coelho ao se meter em encrenca (quem é fã de Supernatural vai me entender).

Com Healer essa fórmula que nunca se desgasta ganha mais um nível, com um ponto certo entre o protagonismo, diversão, tensão, romance, evolução e conclusão.

A primeira parte, claro, os protagonistas dão um show de interpretação. A química entre Ji Chang-Wook e Park Min-Young é de alegrar o coração de qualquer um.

Ele como o vigilante office boy healer, Seo Jung Hoo também possuí outro nome Park Bong Soo, que é um dos seus disfarces, fez a lição de casa e consegue alternar entre o corajoso super-herói ao covarde estagiário do novo jornal de maneira brilhante. Inclusive me surpreendendo como sua expressão muda em segundos.

Do outro lado está uma versão atualizada da jornalista destemida Young-Shin que apesar dos perrengues da vida é a persona mais incrível que você adoraria conhecer, ela canta sozinha, faz piada, fica bêbada, é tipo gente como a gente.

O que esses dois personagens têm que os outros tantos que conhecemos de diferente. Humanidade! Isso mesmo. Eles não são como os imbatíveis super-heróis das Hqs que estão sempre certos, não sentem medo e tudo o mais.

Nosso mensageiro da noite Seo Jung-Hoo sente raiva, é inseguro em vários momentos e realmente corajoso em outros como deve ser. Do outro lado está Sunbae, que sofre de síndrome pós-traumática, mas mesmo assim é corajosa e altruísta.

Somado a isso tudo temos uma auxiliar maravilhosa, a ahjumma  hacker Min-Ja (Kim Mi-Kyung), que mesmo ficando 70% do kdrama dentro de uma sala, falando com um computador, consegue ser uma das mais carismáticas e divertidas personagens. A veterana de linguagem áspera e de raciocínio rápido. Uma hacker, que passa o dia todo comendo, costurando, tricotando e de pijamas! Adorei.

A diversão e tensão ficam por conta dos momentos de correria, parkour e tiros, somados a invasões a prédios, acidentes provocados por vilões e coisas que amamos nas histórias do gênero.

E história não é história sem um bom romance de aquecer corações. Imagina dois personagens com personalidades tão humanos, interagindo e trabalhando juntos por uma causa maior, descobrir o grande mistério que envolvia o passado de cinco jornalistas destemidos.

E é aí que entra a parte mais importante desse kdrama, o desenvolvimento. A princípio eu acreditava que o trabalho no jornal fosse um negócio meio Planeta ou do Clarim Diário. Um local onde nas Hqs servia somente para comunicar ao leitor onde a ação acontecia. Mas no caso de Healer, vamos além. Você aprende como funciona uma redação de verdade. Os bastidores da notícia. E isso me fascinou demais. Eu prestei atenção em cada palavra que o âncora Kim Moon Ho interpretado pelo Yoo Ji-Tae dizia. Quase anotei algumas dicas. Então falo com certeza que além da ação esse kdrama tem como background a nobre profissão de repórter. Não somente pela história dos amigos do passado, mas como a mídia funciona. Quase que aplaudi de pé.

E não poderia de deixar de citar a música chiclete Eternal Love de Michael Learns to Rock, o clipe está no final da página.

Nosso herói Seo Jung-Hoo tinha como método operandis de nunca matar alguém, mas a história fluiu de forma tão brilhante que a conclusão não poderia ser melhor.

Healer foi a minha grande surpresa do ano, não somente por ser uma excelente história, mas também por sua origem, a roteirista Song Ji Na é jornalista, por isso que esse roteiro saiu tão redondinho, ela também escreveu Faith em 2012, leia a minha crítica aqui. Prova que aprendemos com o tempo. Pena que Healer foi seu último trabalho em 2014.

Direção: 10

Roteiro: 10

Fotografia: 10

Figurino: 10

Potencial de replay: ♥♥♥♥♥
Ship: Um dos melhores casais de thriller de ação que tive o prazer de acompanhar. Healer é fofo, engraçado, inteligente e cheio de ação. Park Min-Young está ótima e é uma pena que depois do O que houve com a Secretária Kim, ela insiste em fazer papéis parecidos. Quase com o mesmo roteiro.

Cuidado com o incenso: Fumaça direcionada você só encontra nos kdramas, e não foi uma vez só. Quero saber qual é a marca.