Quando tentei explicar o “plot” de Hometown Cha-Cha-Cha a uma amiga querida a pergunta que me foi feita foi: “Mas a história é só sobre uma dentista que muda de cidade? Isso não é enredo que sustente uma série? Mas só isso? Não deve ser bom!”.

Certamente ela tinha razão, não foi uma boa história, foi excepcional.

Cha-Cha-Cha deu uma lição de como se tira não um, mas vários coelhos de uma cartola. E tudo isso deve-se não somente ao roteiro incrível, mas ao carisma de todos os personagens. Praticamente nenhum “sobrou” de fato. Fora, claro, a escolha de um lugar onde eu adoraria morar.

Semanalmente compartilhei com vocês a minha experiência em assistir aos episódios que foram exibidos oficialmente pela Netflix, através das resenhas e também com o NOONACAST Especial CHACHACHA, mesmo com semanas de “delay” com a exibição original, e

“No meu tempo” (nunca pensei que escreveria isso), as séries de TV nos anos 80/90 eram exibidas um episódio por semana e raramente víamos o piloto, e em ordem não cronológica. Então para a geração Netflix é bem estranho esperar uma semana para ver algo inédito. Mas cá entre nós, não existe experiência mais interessante do que esperar a conclusão de um episódio, principalmente quando o final é de arrancar os cabelos ou dar aquele suspiro.

E essa experiência foi muito gratificante, comentar com as fãs semana a semana as emoções do episódio, gravar o podcast junto com a Vicki e a Luciana, jogar teorias no ar, foi demais. Coisa que uma maratonada solitária não oferece. Sempre que um kdrama for interessante, repetirei a experiência.

A produção está de parabéns pela escolha da locação. Se essa história fosse feita na capital Seoul não teria o mesmo sentimento de nostalgia, graças as tomadas abertas que trouxeram uma sensação de aconchego, quase como se estivéssemos morando naquele lugar, quase senti o cheiro do mar. Não é à toa que aumentaram as visitas a locação. (leia mais aqui).

No começo eu acreditava que haveria algum mistério grande sobre o Chefe Hong ou qualquer um dos personagens, tipo estilo Secretária Kim ou 1% de Alguma Coisa, que toda aquela calmaria da vidinha dos moradores da cidade levasse a algum mistério.

E olha que foi muito bom, de verdade, se envolver com os personagens. Com a vida. Com o carisma de cada um. Aposto que você ou algum membro de sua família foi representado em algum momento.

Vou me concentrar em falar sobre os dois últimos episódios, (para ler as minhas resenhas anteriores com podcast clique aqui), com spoiler.

No final soubemos da história comovente e o grande trauma de Du-Sik (Kim Seon-Ho), ele como investidor na bolsa, deu uma dica que não deu certo, e que no final teve uma conclusão trágica, e que ele nem teve culpa. Ouvimos a linda carta da Sra.  Kim Gam-Ri (Kim Young-Ok) narrada pelo Chefe Hong, – mesmo não sendo seu parente, o considerava como filho.

Foram tantas surpresas,mas a mais divertida foi a tão aguardada revelação do ganhador da loteria, veja só, o policial Choi Eun-Cheol (Kang Hyoung-Suk) e a sua lição de humildade.

E o que aprendi de fato com esse kdrama de aquecer o coração? Por mais que a nossa vida possa parecer tão simples, o modo como vivemos e como nos relacionamos com quem está a nossa volta é o que importa. Aquele dia que deve ser vivido como se fosse o último, a relação de carinho que você deve ter com o próximo e empatia.

O amor estava no ar nessa série, o amor ganho, o amor perdido, o amor pelos amigos, o amor pela vida e o grande amor pelo simples.

Eu estava adivinhando que o nosso canal 2021 não conseguiria fazer as fotos em paz. Jo Nam-Suk (Cha Chung-Hwa) e a “mulher do plantão” e o final foi tão descontraído quando os moradores mereceram.

Todos mereceram a sua chance, a volta do sucesso de Oh Chun-Jae (Jo Han-Chul), o autógrafo do Oh Ju-Ri (Kim Min-Seo) e principalmente o aumento do turismo no local depois da exibição do programa de TV. Certamente no mundo real Pohang, Gyeongsang terá um significativo aumento de turistas.

Nos aprendemos com ambos que o equilíbrio é importante para tudo. E foi como eu disse no podcast. “O importante não é ter o que quer. E sim querer o que tem”.

Roteiro: 10

Direção: 10

Elenco: 10

Fotografia/arte: 8
Potencial de replay: ♥♥♥♥♥
Ship: Preciso de um Chfe Hong para ontem
Troféu whatapp: Quem precisa desse app tendo a Jo Nam-Suk por perto?