O homem que vive em nossa casa

8.5

8.5/10

Imagine uma perolinha subestimada, ali perdidinha no marzão do Viki. Agora imagine um ator muuuito subestimado dentro dela. Pois é. Conheço fã de eras de kdramas que nunca assistiu “O homem que vive em nossa casa”, essa série de 2016 que é uma fofura do início ao fim.

O ator subestimado em questão é o INCRÍVEL Kim Young-Kwang, modelo e manequim internacional [tá na cara por quê, literalmente] que foi parar na dramaturgia para sorte nossa. Não que ele seja a única parte boa desse elenco. Você deve ter reconhecido Lee Soo-Hyuk, que entre outras séries agora está no topo das buscas pelo seu papel no recentíssimo “Desgraça ao seu dispor”. Eu confesso que cheguei a “O homem que vive em nossa casa” por uma linha torta [ganha um doce quem adivinhar em 3, 2, 1…]: foi o primeiro papel relativamente grande do Woo Do-Hwan [a resenha é da Vicki, vc queria o quê?]. Ele faz um personagem pequeno porém, claro, apaixonante. Mas voltemos a Kim Young-Kwang. Na pele de Go Nan-Gil, o “pai” da comissária de bordo Hong Na-Ri, vemos “KYK” no que ele faz de melhor, que é o cara de bem com a vida, tranquilo, simpático, amigável, sorridente. O cara passa uma paz tão grande, como quem faz tudo o que o personagem precisa transmitir com o pé nas costas, com uma simplicidade cativante. Talvez seja momento de dizer que muitos atores passam um ar tenso, como se o trabalho de interpretação fosse um fardo difícil de carregar, o que definitivamente não é o caso dele. O resultado é que a gente quer ver Go Nan-Gil o tempo todo na tela.

O enredo segura de início, já que a gente quer entender por que esse homem se apresenta como o pai de uma mulher quase com a mesma idade que ele. Temos também a vontade de defender a justiça do pequeno restaurante de mandu (espécie de guioza ou bolinho coreano) contra a grande incorporadora megacapitalista que não está nem aí para a cidadezinha ou para o meio-ambiente. Deixa o cara! Ele tá lá, fazendo os mandus dele honestamente, a galera vem de longe para fazer fila e conseguir comprar os tais bolinhos, dando a ele a oportunidade de dizer “Eu preciso amassar a massa” trinta vezes em  16 episódios e nos deixando morrendo de vontade de comer aquilo, que parece bem gostoso.

“O homem que vive em nossa casa” claramente não pertence ao maiores orçamentos da dramalândia ou foi o maior sucesso do horário nobre, mas é uma gratíssima surpresa, com um elenco carismático e atuações agradáveis de ver, mesmo quando os personagens não são exatamente amáveis. É a velha e boa trama do justo contra o mau caráter, feita com sinceridade e simplicidade, o que às vezes pode ser um objetivo bem difícil de atingir.

Curiosidades: Kim Young-Kwang e Lee Soo-Hyuk já eram amigos antes de filmar essa série, os dois eram modelos e manequins antes de pular para a telinha. Soo Ae é 8 anos mais velha que Kim Young-Kwang [só curiosidade mesmo, isso não nos importa coisa alguma. Aliás, essa série não é considerada noona love – relacionamento em que a mulher é mais velha que o homem, mas pelo nome do site acho que dá pra perceber pra que time a gente torce, né?].

Cenas importantes: Eu adoro a primeira cena do Go Nan-Gil, quando Na-Ri vai visitar o “túmulo” da mãe [adoro essa de enterrar nossos queridos em lugares que não cemitérios. A mãe dela está enterrada no pé de uma árvore linda] e ele está tirando uma soneca ali por perto. É nítido o estresse dela, – compreensível – e a tranquilidade dele. Tente não simpatizar com o personagem no primeiro minuto.

Por que sim: o jeito simples e direto de contar uma história gostosa de acompanhar torna “O homem que vive em nossa casa” um dramas que eu recomendo primeiro. Eu acho uma gracinha. Mesmo os perrengues que dão raiva passam logo, o mesmo acontecendo com a minha resistência inicial em simpatizar com a protagonista. Somem-se a isso uns misteriozinhos que aparecem quando a gente se acostuma com o enredo e o fato de que meu oppão só aparece láááá na frente e a minha maratona passou rápido como um estalar de dedos.

Por que não: eu já li quem dissesse que não curtiu a protagonista. Paciência. Isso é pessoal, sei lá, coisa de energia, de santo bater ou não. Mexe com coisas mais profundas que apenas o formato do nariz do ator. A pauta pra escrever sobre isso já tá aqui separadinha. Eu não deixaria – como não deixo – de assistir a uma boa história por “não ir com a cara”, mas… No meu caso, o cinismo do personagem do Lee Soo-Hyuk, meio que uma marca da interpretação dele (o personagem dele em “Desgraça ao seu dispor” vai na mesma linha), me incomodou um pouco de início, mas até por ele eu me apeguei com o passar dos episódios. Garanto que você vai querer arrastar a cara da colega dela no asfalto, mas segue na fé.

 

 

Roteiro: 8
Direção: 8
Elenco: 9
Fotografia/arte: 9 (a cidadezinha é linda)
Potencial de replay: ♥♥♥♥ 
Troféu noona love, ainda que não se admita; troféu jogada manjada do triângulo amoroso
Ship: 10 (calma, ele não é pai dela de verdade!)

 

 

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Sinopse

Após ver com seus próprios olhos a traição de seu noivo com uma colega de trabalho, a comissária de bordo Hong Na-Ri decide dar um tempo. Ela havia perdido a mãe pouco tempo antes e ainda não havia visitado seu túmulo ou a cidadezinha onde havia morado. Ao chegar, vê que o restaurante que vende unicamente bolinhos cozidos no vapor (mandu) continua funcionando na casa deixada por ela. Ali, Na-Ri conhece um homem com mais ou menos a mesma idade que ela, mas que se apresenta como seu pai. Paralelamente a isso, vemos que uma empresa grande, na pessoa do chaebol Kwon Deuk-Bong, vem pressionando Nan-Gil a vender a terra onde se encontra o restaurante para que seja construído um imenso resort na área toda.

Elenco: Soo Ae (Hong Na-Ri), Kim Young-Kwang (Go Nan-Gil), Lee Soo-Hyuk (Kwon Deuk-Bong), Jo Bo-Ah (Do Yeo-Joo), Kim Ji-Hoon (Jo Dong-Jin), Woo Do-Hwan (Kim Wan-Shik)

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