W Dois Mundos

10

10/10

Falar sobre realismo fantástico é o meu tópico preferido. Viajar em mundos que não existem, estar ao meio de criaturas místicas, enfim, ir para outro universo, inúmeras possibilidades.

Autores que se arriscam em escrever algo sobre, tem a perigosa missão de fazer com que o espectador/leitor esteja em sintonia com a proposta além do óbvio água com açúcar e uma história linear.

Partindo do principio que nesse k-drama contamos a história de um personagem de manhua (quadrinho) que vive em nossa realidade, o correto é viajar na simbologia e metáforas e imagens que não fazem parte da ordenação lógico-científica.

Tudo que o espectador precisa é entender todo esse emaranhado de situações e as suas simbologias que explicarei mais para frente na parte com spoiler, com a cor em reverso que ao passar o mouse você conseguirá ler, por enquanto focarei na trama principal.

Muitos foram os momentos em que eu não conseguia parar de assistir, até altas horas da madrugada, e fiquei atenta aos detalhes que foram pipocando durante os episódios evidenciando quando estávamos no nosso mundo ou no mundo de W.

Claro que o romance é o ponto chave de tudo, afinal temos uma parte de comédia romantica, além da ficção e mesmo contradizendo o chefe Park Min-Soo (Heo Jung-Do), que muito bem representa o fandon do no-romance, o foco aqui são os universos que se fundiram e como esse processo é feito de maneira praticamente orgânica e faltou quase desenhar, da forma literal.

É uma delicia ver o ir e vir dos personagens entre os dois universos e até a mudança (mesmo leve), no contraste das cores e a saturação no preto em contornos e quando a câmera tem tomadas aéreas. Incrível esse capricho tão sutil e necessário.

Acredito que se o mundo dentro do manhua tivesse mais jeitão do clip Take on me da banda A-Ha estragaria parte das surpresas apresentadas no roteiro.

Antes de entrar na parte com spoiler, tenho que dar o braço a torcer pela brilhante interpretação da atriz Han Hyo-joo que acompanhei anteriormente em Happiness (leia a crítica aqui), e que deu um show em meio a tanta energia.

Vamos aos spoilers, coloque o seu mouse no COMEÇO DO SPOILER e siga até  FIM DO SPOILER para ler.

COMEÇO DO SPOILER

Em um determinado momento do kdrama, além da quebra da 4ª parede, (que é quando o personagem fala com o autor/espectador), temos a mistura de um único universo quando o pai da Oh Yeon-Joo, Oh Sung-Moo (Kim Eui-Sung) tem o rosto capturado pelo verdadeiro antagonista/vilão dos quadrinhos. Ali existe uma metáfora clara que é a inclusão da legenda em tela na realidade fora do manhua. Sinal que nós estávamos vendo uma história dentro de outra história, além é claro da narração da própria Oh Yeon-Joo em vários momentos. E convenhamos que não é possível que alguém em nossa realidade fique sem um rosto e sobreviva não é? Então o correto é viajar na ideia que estamos assistindo a história dentro de um mundo fantástico, utópico e curtir como isso se aplica até o final. E é claro, sem esquecer de fato que a real metáfora está em que somente o quadrinista tem controle de tudo e a história só termina quando o autor se desliga do projeto, e isso acontece no epílogo. Na literatura fantástica isso é chamado de suspensão da descrença.” – FIM DO SPOILER.

O que é suspensão de descrença?

Suspensão de descrença, suspensão de descrédito, da incredulidade ou ainda “suspensão voluntária da descrença” refere-se à vontade de um leitor ou espectador de aceitar como verdadeiras as premissas de um trabalho de ficção, mesmo que elas sejam fantásticas, impossíveis ou contraditórias. É a suspensão do julgamento em troca da premissa de entretenimento. O termo é tradicionalmente aplicado na literatura, no teatro, e no cinema, embora também possa ser considerado nos videogames. (Fonte wikipedia)

Roteiro:10

Direção: 10

Elenco: 10

Fotografia/arte: 1000 (que trabalho delicado de fotografia e arte), dava para perceber o contraste do preto em partes do cenário.

Potencial de replay: ♥♥♥♥♥ Não teve um momento que eu não acreditei que um foi feito para o outro, e até os roteiristas fizeram questão de explicar isso nos diálogos com o chefe Park Min-Soo.

W teve muitas curiosidades, a primeira, a editora Rocco lançou o livro “Love is: ilustrações sobre o amor” da autora Puuung  (disponível para venda aqui na Amazon), que é um dos destaques de W e do casal principal.

Sinopse do livro a seguir: Desde que o mundo é mundo, muito se celebra os grandes atos de amor. Na literatura, então… Poderíamos encher uma biblioteca inteira só com livros sobre heróis e heroínas, fictícios e reais, que enfrentaram a fúria de homens e deuses por amor, ou desafiaram nações inteiras para amar quem bem entendessem, ou mesmo, que deram a própria vida por amor ao próximo. Mas o que dizer sobre as pequenas demonstrações de amor, como passar uma manhã preguiçosa sob as cobertas com a pessoa amada, ou andar de mãos dadas em uma tarde de primavera, ou cuidar do objeto de afeição enquanto ele (ou ela) luta contra uma forte gripe? Basta folhear as páginas do livro Love is: ilustrações de Puuung sobre o amor, da ilustradora e animadora sul-coreana Park Dami, a Puuung do título, para entender que os pequenos atos amorosos podem ser tão inspiradores quanto os grandiosos. Com suas ilustrações em tons pastéis quentes, a jovem artista Puuung escolheu celebrar o amor cotidiano, retratando o dia a dia de um casal apaixonado, inspirando-se nos momentos que ela própria compartilhou com o namorado. Puuung acredita, no entanto, que qualquer casal pode se sentir retratado em suas ilustrações e a série de animação com os mesmos personagens

Para quem tem curiosidade se existe alguma edição com as ilustrações do manhua com os traços do kdrama, há uma edição de colecionador com os dvds, os storyboards e postcards do kdrama. Conseguimos algumas fotos, mas não o link de onde vender.

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Sinopse

É possível viver no mesmo lugar, no mesmo período de tempo, mas em uma dimensão completamente diferente? Oh Yeon Joo (Han Hyo-Joo) é uma residente de cirurgia cardiotorácica do segundo ano. Seu pai, um famoso artista dos quadrinhos, desaparece subitamente um dia e, logo depois, a própria Yeon Joo é sequestrada por um homem estranho, coberto de sangue, e levada para outra dimensão. Kang Chul (Lee Jong Suk) é um medalhista de ouro olímpico em tiro esportivo e um empreendedor milionário. Como será que seu mundo se interligará com a outra dimensão de Yeon Joo? Será Kang Chul a única pessoa que poderá ajudar Yeon Joo a escapar do universo paralelo? “W” é uma série dramática sul-coreana dirigida por Jung Dae Yoon e lançada em 2016. (Viki)

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