A Vida Secreta da Minha Secretária

8

8/10

Antes de começar a minha resenha, vale a pena acrescentar o quanto é interessante descobrir que não existe uma linha narrativa padrão nas séries coreanas.  (Gente, foi o que assisti até agora, e poucas).

Um dia posso assistir a um romance megacomplexo, com profundidade que beira a excelência e no outro um romance clichezinho chiclete básico para passar o tempo.

Ou um dia um drama histórico de cair o queixo e um outro totalmente sem noção onde podemos ver as roupas de cosplay e um elenco questionável.

E saibam, isso acontece com qualquer história que é contada, em qualquer mídia, seja livro, desenho, séries, novela, tirinha de jornal. Depende do público e do objetivo. Então o objetivo é se divertir. E vou além, quanto mais questionável é o comportamento dos protagonistas, mais interessante pode ser a trama, basta você seguir em frente, assista até o final. Portanto, não desista porque não gosta dos “protas”. Uma boa história exige também crescimento dos personagens, e não imediatismo narrativo.

Com A Vida Secreta da Minha Secretária não é diferente. O que me chamou atenção logo no começo foi a duração dos episódios, 30 minutos cada, no total de 32. Então para um bom entendedor, bem menor em tempo que os outros títulos que costumo assistir.

Notei também o peso no argumento e o fio condutor da trama. Pelo jeito, feito para um público-alvo mais jovem. É necessário levar em conta tudo isso para dar o devido crédito da qualificação ao qual me proponho.

Bem, essa é uma série que tinha de tudo para ser mega dramática devido ao problema da prosopagnosia  (fiz um depoimento sobre essa doença nesse link), mas eles optaram por seguir em uma linha narrativa mais leve, mesmo mostrando o lado dramático de Jung Gal-Hee, que é responsável pelo irmão cego.

A primeira impressão que tive sobre A Vida Secreta da Minha Secretária é que se tratava de uma comédia, devido ao modo como Do Min Ik agia frente às atitudes de Jung Gal-Hee no primeiro capítulo, todo atrapalhado e até meio “bobo” em alguns momentos. Conforme a história avança e ele sofre o acidente, tudo segue um caminho diferente, e eis que descubro ser uma comédia romântica divertida, e merece ser vista. É claro, considerando as devidas proporções que apresentei acima.

Os grandes ganchos estão justamente no começo e na última parte, quando descobrimos quem é o homem misterioso que ataca Do Min Ik naquela noite no barco.

Senta que lá vêm a história.

Não sei falar coreano, claro. Então para mim, que tenho prosopagnosia “leve”, ao contrário do que algumas pessoas possam acreditar, não consigo distinguir quem é quem também pela voz  (pelo menos nas séries).  Para mim Veronica Park fake / Veronica Park real e Jung Gal-Hee são pessoas diferentes. Talvez para um nativo é mais fácil perceber. Enfim!

Essa é a segunda história que assisto onde a secretária tem uma participação importante na narrativa, O que houve com a Secretária Kim foi o primeiro desses, e pode parecer incrível, o grande ponto positivo de A Vida Secreta… é que tudo parece muito plausível, mais do que os romances enlatados americanos.

O grande destaque dramático fica por conta da mãe de Do Min Ik, Jung Ae-ri  (Sim Hae-Ra), que dá um show de interpretação, fazendo uma pessoa fria e insensível. O seu contraponto é a atriz Kim Jae-kyung  (Veronica Park) que a princípio me parecia a grande Cruella da vez, mas se mostrou a mais interessante da série ao lado do querido Koo Ja-sung  (Ki Dae-Joo).

Vamos à parte mais importante de tudo: as entrelinhas. Por trás de toda a brincadeira e as trapalhadas dos protagonistas, há ali uma mensagem sobre os absurdos que o mundo capitalista exige dos funcionários (mesmo de maneira exagerada). Quando a funcionária morre para salvar um peixe raro ou quando uma funcionária transfere dinheiro de um esquema de executivos desonestos e gatunos.

Claro que eu não podia deixar de lado um comentário shippper. A cena da lavagem de mão no banheiro é de elevar o… lá em cima. Eu até senti um arrepio na espinha como a fofa da Jung Gal-Hee. Ponto para eles.

Por que assistir: Embora o fio narrativo da série seja o romance, o que percebi de fato é que é uma série com uma baita crítica social. Desde o princípio, quando “Dominique” muda o modo de tratar Jung Gal-Hee/Veronica Park por ser uma socialite (anteriormente ele a tratava Jung Gal-Hee literalmente como capacho) ou quando mostra de maneira caricata que um peixe vale mais que uma pessoa.

Em tempo: Não encontrei um trailer legendado, então foi a famosa cena de lavagem de mão, que convenhamos é até melhor.

 

Roteiro: 8

Direção: 8

Elenco: 9

Fotografia/arte: 10 (A ideia do casaquinho, corte de cabelo e óculos realmente faz a diferença para quem tem prosopagnosia)

Potencial de replay: ♥♥♥

Troféu melhor lavada de mão: Essa merece um vídeo

Troféu o marketing me venceu: Gente, olhem aquelas matrioskas falantes sorridentes. Acreditem, fui atrás para comprar. Não tinha mais! Eu quero!

Atualização: No mês de Junho consegui adquirir pela importadora Caroline da GarnetStore a bonequinha moranguinho. O vídeo está ao lado.

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Sinopse

Após demitir a sua secretária Jung Gal-Hee (Jin Ki Joo) ao completar um ano de trabalho, Do Min Ik  (Kim Young Kwang),  diretor da T&T Mobile sofre um acidente e desenvolve a prosopagnosia, doença também conhecida como cegueira facial. Após isso ele descobre que ela é a única pessoa que ele “reconhece”. Depois de um engano, ela “assume” o lugar de Veronica Park, uma executiva famosa e é aí que a confusão começa.

Elenco: Kim Young-Kwang (Do Min-Ik), Jin Ki-Joo (Jung Gal-Hee), Kim Jae-Kyung (Veronica Park), Koo Ja-Sung (Ki Dae-Joo)

Detalhes técnicos

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