Com uma finalização “parecida” com steampunk, LuoYang é mais um daqueles épicos chineses que vale a pena, então enfie a sua viola de preconceito no saco e prestigie essa obra de arte.

Comentar LuoYang sem entregar o desfecho do crime é algo bastante complexo. Durante toda a minha jornada, imaginei vários resultados, mas nenhum deles correto, – e é disso que a gente precisa, – histórias que nos surpreendam e sim, até nos faz acertar que o resultado vale o ingresso.

Antes de continuar, vale lembrar segundo pesquisei, que as vozes dos atores são originais, sem dublagem como é de costume.

A beleza começa na abertura, magnífica e com uma trilha sonora invejável. A apresentação da LuoYang da época e todo o sistema é brilhante.  Não sei afirmar se o termo “steampunk” cabe dentro da história da antiga China, mas o uso de madeira, velas (muitas por sinal) e tecnologia de um modo “orgânico” talvez remeta a isso.

A investigação do crime do primeiro ato é só um pano de fundo para uma intriga muito maior que vai se desenrolando junto com a descoberta de Gao Bing Zhu (Huang Xuan), – o taciturno personagem que me surpreendeu direitinho. Tive vários sentimentos por ele, até entender seu objetivo e missão no meio desse embrolho todo que culminará em uma perversidade ainda maior que poderá aniquilar todo o regime da época.

Wu Si Yue (Victoria Song) é a outra surpresa da série. Chefe da guarda. (Sim você leu certo), – uma mulher no comando de uma tropa e chutando muitos traseiros durante todo o processo. Há princípio não simpatizei muito com ela, como disse no meu podcast, acho que não estava no clima, mas depois, na segunda vez que assisti, os propósitos de cada um foi ficando mais claro e ela se tornou uma das preferidas, aliás, todos os três principais.

Para completar o trio, Baili Hong Yi / Erlang (Wang Yibo), o talentoso engenheiro, – filho de uma família de renome. A curiosidade fica por conta do comprometimento que seu pai impôs, exigindo um casamento forçado de seu filho com Liu Ran (Song Yi), ela que a princípio era chata para… mas que depois conquista nossos corações aos pouquinhos.

Falando em amor, apesar de termos Erlang e Liu como casal, essa série não é um romanceeeee. Amor é somente o pano de fundo de um relacionamento que nasce e desenvolve diante dos próprios problemas que surgem. Principalmente entre Gao Bing Zhu e Wu Si Yue.

Luoyang não é um cdrama fácil. Como toda boa trama investigativa, vale deixar de lado um papel e caneta e anote tudo que você vê na tela, será bastante útil quando chegar o terceiro ato, quando a trama história vêm a tona. Se você gosta de histórias de clichê e facinho de entender, tenha cuidado.

Deixarei essa observação no final da resenha, nas curiosidades.

Roteiro: 10

Direção: 10

Fotografia/arte: 10 (que coisa mais linda)

Potencial de replay: ♥♥♥♥♥

Troféu que voz é essa? Desculpe ás fãs da Song Yi, mas que voz é essa. Ela falou “Erlang” umas 300 vezes. Acho que a linha do roteiro era 60% essa fala. Misericórdia.

Ship: Preparem os lenços

Spoiler:

• O grande plot da vez foi a “descoberta” da pólvora pelo personagem Erlang. Ou pelo menos a fórmula correta quando ele tentava decifrar um dos manuscritos escondidos em uma das salas da seita criminosa. Pesquisando no wikipedia “descobri” que realmente os alquimistas queriam descobrir o elixir da vida, mas que acidentalmente a mistura que era feita em cima de tentativas, erros e acertos, explodia. E é claro que como todo bom vilão, eis que a descoberta foi usada para fins bélicos, colocando a vida do inocente Erlang em risco.

Fim do spoiler aqui.