Ouço sempre coisas como: “Ah, mas essa onda de música coreana é novidade! Por que tanta coisa da Coreia do Sul?”
Hum, não exatamente.
Éramos um grupo pequeno, muito pequeno, há muitos anos. Havia muitos obstáculos técnicos, o youtube não era esse gigante, a qualidade das imagens também não, redes sociais não eram tão importantes assim e nem tínhamos ferramentas tão ágeis para acompanhar quem gostamos como as que temos hoje. O Kpop não surgiu agora, mas ficou mais popular faz alguns anos e isso me deixou muito feliz pois merecem muito reconhecimento dado o trabalho incrível que muitos grupos, atores, artistas em geral, fazem. No entanto, vou ficar, neste pequeno artigo, apenas com o Kpop.
Minha história com o Kpop começou em 2010, na minha primeira viagem a Vancouver, no Canadá. Eu mal sabia inglês e passava muito tempo no hotel e vendo youtube e, numa sugestão do youtube, eu fui parar num vídeo de cantores que nunca tinha ouvido falar.
Era o SHINee. O vídeo era da música Lúcifer deles e eu simplesmente… Arregalei os olhos, me apaixonei para todo sempre por um dos vocalistas, já falecido agora, infelizmente, Kim Jonghyun. E nunca mais parei de ouvir SHINee.
Poucos meses depois eu conheci o Super Junior e foi amor à primeira nota musical. Sou fã deles até hoje e acompanho seus comebacks com o mesmo amor que há dez anos.
Deixem-me explicar que sempre fui eclética em meus gostos. Já havia ouvido JPop com L’Arc em Ciel, Hyde, Gackt, Malice Mizer e outros. Assistia animes desde 1994 (Cavaleiros do Zodíaco, na extinta Manchete) e ouvia músicas OST desses animes. Tenho álbuns de artistas japoneses, coleciono mangás e animes, mas foi diferente com o Kpop.
A dança, as cores, a força dos olhares, o ritmo. Jpop e Kpop são bem diferentes, não obstante uma visão meio embaçada de alguns insista em achar que “é tudo igual, é tudo olhinho puxado”.
Não, eles não são iguais.
O Kpop não é igual em si mesmo, que dirá comparativamente a outros gêneros.
Há bandas, grupos, há músicas tradicionais, há música eletrônica, baladas, muitos gêneros embaixo do mesmo guarda-chuva: o do Kpop. É como pensar que música dos Estados Unidos da América se resume a country. Ou seja, você vai realmente encontrar algum grupo, banda, músico, que o encante no Kpop. Apenas que ele vai cantar em coreano e, cá para nós, para mim a música sempre foi e sempre será universal.
Ouço músicas finlandesas, gregas, italianas, em espanhol, em alemão, em russo. Qual seria o problema em ouvir Kpop? Não costumo me limitar por não saber um idioma, mesmo porque é bem fácil, hoje em dia, achar traduções.
Eu sei que a grande maioria das pessoas conheceu o Kpop por conta do BTS, mas não, eles não começaram o Kpop, nem mesmo a onda hallyu, como costumam muitos fãs afirmar.
TVXQ e Super Junior foram os precursores e aqueles que começaram a divulgar o Kpop. Não é algo que começou agora, apenas que há vinte, quinze anos não havia twitter, nem facebook, nem internet rápida como agora. Celulares? Não eram de tela de toque e nem havia wifi nas ruas. A popularidade não deve ofuscar a realidade e o fato é que a música da Coreia do Sul começou a se expandir por variados países não é de hoje, nem de três anos para hoje…
Outro bom exemplo é o SHINee. Um grupo muito bem recebido em todas as nações asiáticas e que já visitou o Brasil, bem como o SuperJunior.
Não foi fácil.
Antes éramos um nicho, um pequeno conglomerado de fãs que ouvia músicas que ninguém conhecia. Não havia álbuns à venda no Brasil, nem lojinhas de twitter, havia apenas amor por seus idols e ficávamos ansiosos por conseguir ouvir algo no youtube. Spotify, Apple Music? Não existiam.
O que eu quero com essa pequena história? Explicar que há muitas noonas no Kpop. Nós começamos muito antes de muitos dos atuais fãs de BTS e BlackPink terem sequer nascido e temos muito amor por nossos idols, apenas que sabemos um pouco mais de história do Kpop no oceano de músicas por todo o planeta.
Há quanto tempo? Há muito tempo. Com muito orgulho.
Apenas para terem ideia de que o Kpop não faz sucesso no Brasil apenas agora, algumas referências para os shows no Brasil
Show do 4Minute no Brasil: 2011 “United Cube – Fantasy Land”, São Paulo. Houve ainda apresentação da cantora G.NA e do grupo B2ST no festival
Show do Super Junior no Brasil: 21/04/2013, São Paulo, com o Super Show 5
Show do Shinee no Brasil: 2014, music bank
Show do Infinite no Brasil: 2014, music bank
Show do B.A.P no Brasil: 2014, music bank
Show do VIXX no Brasil: 2014
Show do UNIQ no Brasil: 2016
Sobre shows mais recentes, como Pentagon, MonstaX e o próprio BTS (fui a todos, felizmente), falarei em breve
Lily Wyvern
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