MonstaX, o grupo que eu vi nascer

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Muita gente nem ouviu falar deles, mas eu? Eu acompanhei o reality show No Mercy no qual eles foram desafiados, sofreram eliminações e tiveram suas chances de sucesso testadas de todas as maneiras.

A história de cada um deles é magnífica, cheia de percalços, lutas e vontades, mas alguns membros me chamaram mais atenção que outros e isso foi por identificação, empatia mesmo. Amor.

O primeiro que me fez ficar piscando os olhos sem parar foi o Kihyun e seus vocais potentes, inacreditáveis mesmo. Um rapaz de jeito calmo, olhar firme e que escolheu para seu primeiro desafio a música que me faz chorar por Kim Jonghyun, meu primeiro idol, meu único utt (ultimate, aquele que você ama mais que qualquer outro) e membro falecido do SHINee.

Quando Kihyun subiu ao palco eu jamais esperaria que ele OUSASSE cantar Y si fuera ella (HYEYA), uma música densa, triste, intensa, destruidora, que Kim Jonghyun imortalizou em uma apresentação pra lá de poderosa.

Mas ele fez.

E foi assim que eu me rendi aos encantos do Kihyun e aprendi a entender cada membro do Monsta X como se eles fossem meus amigos, conhecidos, membros da família. Porque eles tinham cores, histórias e momentos sem glamour, como por exemplo sentir medo da eliminação, ser a última chance para debutar (caso do Shownu, já “velho” para estrear) ou ter medo de não conseguir porque não se achavam o bastante.

Os dramas mentais dos trainees foram muito bem retratados em No Mercy (recomendo, tem no youtube, legendado, são dez episódios e garanto que vale muito à pena).

O No Mercy, reality de sobrevivência e escolha de idols faz vocês chorar muito, mas também faz você entender porque todo idol merece amor, respeito e consideração e que isso deveria estar acima de qualquer fandom: respeito. Eles sofrem, demais. Eles se dedicam, sonham, colocam todas as suas esperanças em debutar um dia, se preparam, não dormem, não comem e tentar nos entregar o melhor que podem.

O MonstaX não é apenas um grupinho de kpop para mim. Eles são uma história linda de garotos que lutaram muito e, mesmo fora da poderosa big three, as três maiores empresas de idols coreanas, eles conseguiram seu espaço e relativo sucesso, embora ainda recebam muito ódio gratuito pelos motivos mais esdrúxulos. Eles já fizeram variadas turnês e eu tive a oportunidade incrível de ir no show deles em julho de 2019 em São Paulo e chorei com eles e por eles.

Meu bias, ou favorito, digamos assim, é o IM, Changkyun. A história dele no reality é problemática. Logo após ser eliminado um dos mais queridos do público, ele foi “juntado” ao time e foi mal recebido, com toda razão, pois o grupo original havia perdido um dos seus irmãos e do nada surge um garoto, justamente o maknae (mais jovem de todos) e foi complicado para ele, que se sentiu excluído, sozinho.

Para mim foi como ver a mim mesma nos tempos de escola, quando troquei de uma escola somente para meninas para uma mista e tive que aguentar as piadinhas por ser novata, por não ser aceita. Eu acabei me apaixonando pela luta do IM para ser reconhecido por conta de minha própria história e tudo bem se identificar com seu idol favorito porque eles são humanos, não figuras oníricas perfeitas, embora a indústria quisesse muito que eles fossem robozinhos.

Não se iludam.

Ser trainee, almejando ser idol, é uma jornada árdua, dolorosa, que não os deixa dormir, que exaure as forças, sejam elas mentais ou físicas. E custa dinheiro, muitas empresas cobram fortunas dos pais dos trainees e ninguém fala nada sobre isso.

Eu costumo comparar o tempo de trainee, os sonhos dos aspirantes a idols, às escolinhas de futebol no Brasil. É basicamente a mesma coisa. A cada milhar, um Neymar aparece e olhe lá. O restante nem sempre tem sucesso, ou consegue ganhar dinheiro o bastante. É como sonhar pra sempre sem nunca realizar e, ao mesmo tempo, quanto custa um sonho?

Muitos trainees debutam em grupos que mal duram dois anos, muitos já debutam devendo dinheiro e não recebendo nada até pagarem suas “dívidas”. É assim que é o mundo do Kpop. Muito poucos chegarão ao sucesso sequer do MonstaX. A maioria fracassa e nós, ocidentais, sequer os conhecemos porque nem dá tempo de se apresentarem com algum destaque.

O MonstaX não veio de uma imensa empresa, mas basicamente é um dos únicos sucessos da Starship e são muito cobrados, o tempo todo. Ele tem um sucesso grande fora da Coreia do Sul. Tanto é que já foram a diversos programas norte-americanos, tem discografia em inglês e eu os vi pessoalmente, no show de julho de 2019. Foi a última vez que eu veria o grupo inteiro, com sete integrantes, pois acusações falsas afastaram Wonho do grupo em outubro de 2019. Uma perda dolorosa para os monbebes (meus bebês), o nome caloroso e cheio de amor do fandom do Monsta X.

Agora, falando de experiências em shows…

A emoção de ir a um show de um grupo de Kpop não tem comparativo possível… Dezesseis horas de fila, idas ao hotel pra tomar banho, euforia na fila com outros monbebes… Foi emocionante ao extremo e jamais me arrependerei de ter viajado para São Paulo para assistir ao show do MonstaX! É uma experiência única não apenas pelo show, mas por ver tantas pessoas, de todos os credos, raças, idades, reunidas por amor aos seus idols!

É energizante!

E não se enganem, Kpop não é apenas para adolescentes que não sabem muito da vida. Kpop tem letras de músicas lindas, melodias incríveis, visuais maravilhosos e nos ensinam, muitas vezes, sobre amor, devoção, carinho, irmandade, lealdade.

Sou Monbebe desde antes do MonstaX me dar esse nome, desde antes eles estrearem. Sempre serei monbebe e convido vocês a conhecerem o trabalho incrível desse grupo! Espero que tenham gostado! Até o próximo artigo!

 

Lily Wyvern

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